Apenas 1% do lixo é reciclado em São Paulo
Aplicativo de reciclagem que facilita a vida de catadores e pensam em um melhor futuro para o meio ambiente
Por: Thayná Franzo

Aplicativo conecta catadores a pessoas que querem se desfazer de materiais recicláveis — Foto: TV Globo
Mais de 20 mil toneladas de lixo são produzidas por dia na cidade de São Paulo, sendo 12 mil de coleta domiciliar e 8 mil de variações, a maior produção de lixo por pessoa no país. Entretanto, o reaproveitamento efetivo de lixo no Brasil é precário: São Paulo é responsável por produzir 10% do lixo de todo o país, mas apenas 1% é reciclado.
São dados preocupantes, já que a capacidade da população sujar o espaço urbano é infinitamente maior do que a capacidade do poder público de limpá-lo. Isso ocorre porque a população apresenta certa dificuldade em considerar que a preservação do meio ambiente, pela reciclagem, é uma noção próxima do seu dia-a-dia.
Pela nossa superprodução, acontece que muito do lixo que geramos não é biodegradável, ou seja, não se decompõe facilmente. São materiais como papeis, vidros, latas e plásticos, que levam anos para desaparecerem, e ainda mais sobrecarregam os aterros sanitários e geram poluição.
Contudo, se pensava que o problema do lixo seria resolvido com a reciclagem; entretanto, de tudo que é reciclado, só reaproveitamos 2% disso. Então, é preciso entender que o lixo reciclado é tratado como uma matéria que será reaproveitada para a produção de novos itens. Desta maneira, temos a Coleta Seletiva, como uma opção para a redução desse lixo.
Mas aqui no Brasil, já nascem empresas que estão tentando mudar esse problema, como o caso do aplicativo Cataki, que reúne catadores e geradores de diversos tipos de materiais recicláveis e que se preocupam com a chegada dos materiais a determinados destinos para serem devidamente reciclados.
São mais de 1400 catadores cadastrados, podendo ser catadores unitários, empresas, cooperativas, além de voluntários. Cataki já recebeu mais de 8 prêmios desde 2014 sendo um deles o International Awards for Public Art, da Universidade Batista de Hong Kong.
Conversamos com o Luiz Netto, Coordenador de comunidade do Cataki, e o mesmo nos cedeu uma entrevista, segue abaixo:
H: Como surgiu a ideia de criar o aplicativo?
Luiz Netto:
H: Vocês ficam de olho para conferir o destino do lixo, se o descarte é correto?
Luiz Netto:
H: Acreditam que o processo de Coleta Seletiva do aplicativo ajudará na redução do lixo?
Luiz Netto:
H: São mais de 1400 catadores cadastrados e a cada dia novos aparecem, vocês esperavam que fosse dar tão certo?
Luiz Netto:
H: Qual futuro vocês esperam para o aplicativo, pretendem mudar algumas coisas na plataforma?
Luiz Netto:
Nos últimos anos as pessoas tem cada vez mais adquirido eletrônicos e, portanto, cada vez mais estão os substituindo por outros novos e mais modernos, gerando uma grande quantidade de lixo eletrônico, e o descarte incorreto desses materiais causam danos sérios a nossa saúde. Por isso, como mostrado no aplicativo, além de catadores voluntários também atuam empresas, como a D&D que trabalha com a reciclagem eletrônica, e são focados na melhoria e desenvolvimento da sustentabilidade do Brasil. Ao entrarmos em contato com eles, os mesmos nos explicaram o processo reciclável do material eletrônico.
O processo é dividido em Coleta (localizam a fonte e vão até ela), Separação (onde separam cada produto e acordo com seu tempo de decomposição e características) e Indústria (o produto é transportado para a indústria onde cada um terá um destino diferente, de acordo com seus componentes).
Todo esse processo está melhor explicado no infográfico ao lado:
Desse modo, é preciso que a sociedade entenda que a reciclagem é parte do nosso meio: ela é importante para que prolonguemos a vida do meio ambiente e de nossa saúde. Por isso, precisamos fazer o descarte correto dos produtos e materiais eletrônicos, a fim de fazer nossa parte trazendo benefícios para o meio ambiente e aos catadores, pois o futuro depende da contribuição de cada um de nós.
