Brechó de luxo revoluciona a moda no Brasil
Luxo inteligente surge como perspectiva de negócio através da venda de peças de luxo usadas.
Por: Isabela Mota
O mercado de moda é um dos mais amplos do mundo e possui nichos capazes de atender demandas extremamente diversas. Com públicos e objetivos específicos, a área de luxo se consolida no Brasil a fim de atender classes mais elevadas e gostos que apreciam a exclusividade. O crescimento do negócio é provado com números: segundo levantamento feito pela Consultoria Euromonitor International, o setor movimentou R$ 26 bilhões só em 2018 e há uma previsão de crescimento contínuo nos próximos anos.
A presença de grandes Maisons em território brasileiro é um fator que propicia a compra nacional. Além disso, a possibilidade de parcelamento e as vantagens oriundas de novas formas de aquisição, tal qual a utilização de serviços de second hand (plataformas que disponibilizam produtos seminovos), são razões para a maior democratização do acesso ao luxo. O setor hoje é pautado na experiência: exclusividade, qualidade e relação marca/cliente, e não na ostentação, como costuma-se acreditar.
Um case de sucesso é a startup Cansei Vendi, ideia da administradora Leilane Sabatini para suprir uma necessidade própria. A CEO da empresa conta em exclusividade ao Humanicidade que começou com a venda de peças próprias e, ao perceber que as plataformas já existentes não eram ideais para as necessidades dela, surgiu a concretização do Cansei. Em 2015 o site foi inaugurado e a empresa começou a se consolidar no mercado; a primeira abertura para sócios ocorreu em 2016, com a entrada de Ana Carolina Dardé no setor operacional e Carol Leonhardt no marketing. Hoje o negócio conta com seis sócios à frente do funcionamento e mais de 4000 peças no estoque.

Leilane Sabatine, Carol Leonhardt e Ana Carolina Dardé no estoque do Cansei. Foto: Divulgação
Além do setor feminino, carro chefe de vendas, outras seções também são exploradas no empreendimento, como o mercado masculino, infantil e o home decor. Leilane afirma que apesar das grandes buscas por parte dos homens, ainda é difícil adquirir mercadorias para o estoque, tendo em vista que esse público tende a comprar e manter por longo tempo as peças, diferente das mulheres, que buscam por maior rotatividade nos armários e, consequentemente, possuem maior adesão ao nicho de seminovos.
A essência da startup gira em torno da economia compartilhada, a CEO explica: “a ideia é fazer do consumo consciente um hábito na vida dos brasileiros por meio da venda de produtos que já foram produzidos e estão girando na sociedade”. Essa perspectiva de negócio coopera para o funcionamento de um mundo mais sustentável, já que a grande maioria das marcas de alto luxo utiliza pele animal como matéria prima para produção do couro.
De acordo com Leilane, a implementação desse mercado recém-criado no Brasil, somada à necessidade de educar o público para novas formas de consumo, são grandes desafios que precisam ser vencidos nesse segmento para o melhor funcionamento do second hand no país. Além do mais, a busca por mão de obra qualificada, principalmente no setor de tecnologia, é um empecilho para o crescimento adequado no mercado, o qual está cada vez mais dependente de novos avanços cibernéticos para se perpetuar.
A estudante de medicina, Laura Corrêa, conta que o interesse por acessórios a acompanha desde a infância. Fascinada pela alta costura, a jovem universitária havia guardado uma certa quantia para a compra do próprio presente de aniversário. Ela afirma:“guardei o dinheiro para adquirir um sapato clássico Louboutin que iria comprar na loja da marca, mas descobri os sites de brechó e acabei levando duas peças pelo preço de uma”. Histórias como essas são comuns em páginas na internet e reiteram os benefícios que envolvem tal mercado.
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