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Idosos movidos pela depressão

Por: Rebecca Gigli Buonano

      Todo mundo sabe que o tempo passa, e junto com ele, vamos fazendo aniversários e envelhecendo. Com a idade avançada, algumas responsabilidades vão mudando, assim como o estilo de vida e o jeito de perceber o mundo. Todos passam por essa fase, mas nem todos apresentam os mesmos problemas.

       Conforme o tempo vai passando, a pirâmide etária vai se invertendo, como é possível ver na foto, e a população começa a envelhecer. O envelhecimento é uma das fases da vida que o conglomerado jovem mais almeja, mas com ele alguns problemas também aparecem, dentre eles a depressão. A população atual do Brasil é de 210.750.484 habitantes, de acordo com o IGBE. Até 2060, a quantidade de idosos deve crescer muito em relação à população, exatamente por ela estar envelhecendo, criando um “funil etário”. Segundo o Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil, a maior taxa de suicídio é na faixa de 70 anos, com média de 8,9 mortes a cada 100 mil.

        De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, 48.5% dos idosos do país apresentam mais de uma doença crônica, sendo a pior delas a depressão, que assola 9.2%. Segundo a Revista de Saúde Pública, dos idosos que ainda moram com a família, 15% apresentam depressão; para aqueles que estão em casas de repouso, a porcentagem é de 30%, e os hospitalizados têm cerca de 50% de chance de apresentar a doença.

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      Dentre os tipos, podemos dividir em: “nunca tiveram” e “podem ter” (aqueles que apresentaram a depressão por conta das dificuldades trazidas pelo envelhecimento como problemas cognitivos, quadros demenciais e perda no papel social), ou “vem de um quadro duplo” (já tiveram e se manifestou novamente), como apresentado na reportagem da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina.

      Os problemas que podem ser apresentados são: falta de apetite, dor no corpo, insônia, falta de energia, isolamento e apatia - resultado de causas como o abandono da família, falecimento de cônjuge e perda de papel social, principalmente devido a parada brusca quando

Tabela etária brasileira, dados do IBGE
Aumento da população de idosos até 2060, dados do IBGE

se aposentam. A maior parte do público afetado são mulheres, frequentemente nas idades de 60 à 64 anos. “Estudos mostram que a depressão tem uma influência muito negativa no prognóstico de pacientes que sofreram infarto”, de acordo com Fabio Armentano, coordenador da equipe de psicogeriatria do AME Psiquiatria Dra. Jandira Masur.

    Um bom jeito para diminuir os percentuais da depressão são instalações de programas nacionais em centros de convivência com idosos, promovendo participações em movimentos assistenciais e sociais, aperfeiçoamento de conhecimentos por meio de cursos de extensão, especialização e envolvimento com atividades culturais, esportivas e de lazer.

        Além dos projetos concebidos pelo governo, a própria família pode perceber o comportamento diferente, apresentando cuidado redobrado e maior atenção, mostrando que mesmo nessa idade ainda é possível ser feliz. Deve-se contar também com incentivos de grupos, cultivar amizades e frequentar lugares diferentes. A convivência social é uma das maiores ajudas para prevenir, como é mencionada na reportagem da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. De acordo com o ELSI-Brasil, os dados mostram a importância da socialização, tentando ao máximo evitar o isolamento.

       O envelhecimento saudável deve ser um foco, pois mesmo com o cansaço do corpo e mente por uma vida dura e puxada, não pode deixar se abalar por esses fatores. É necessário encarar essa fase com leveza, bom humor, e focando em novas experiências.

        O podcast à seguir é sobre uma entrevista feita na Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP) com um grupo de idosas que se reúne toda quarta feira para conversar. Foram feitas entrevistas para saber um pouco mais da experiencia com a terceira idade, e como elas se sentem com relação à essa fase.

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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo - Edição: Dezembro de 2019

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