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O que é ser jovem no século XXI?

Por: Hugo Bombarda

      As letras X, Y e Z não apenas representam a parte final do alfabeto, como também as três gerações nascidas desde os anos 60 até a atualidade. Hoje em dia é muito difícil comparar gerações, visto que antigamente essas se formavam a cada 25 anos; contudo, atualmente, são necessários apenas dez para o surgimento de outra.

    Isso ocorre devido ao cenário tecnológico em avanço exponencial e às mudanças de ideias que afetam as relações familiares, amorosas e de trabalho. Estima-se que 2045 será o ano em que as máquinas irão fazer toda e qualquer atividade humana com muito mais agilidade. Assim, torna-se impossível prever como vão ser as novas gerações e como elas irão impactar o mercado de trabalho e a vida social.

     Porém, muito já se sabe sobre a última letra do alfabeto, e é ela que nos interessa, uma vez que serão esses jovens os próximos a assumirem seus devidos lugares na sociedade. Primeiramente, é importante um conhecimento mínimo das gerações anteriores para um melhor entendimento da sociedade e das pessoas nos dias atuais.

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Geração X

   A geração consecutiva aos “Baby Boomers” é formada pelos indivíduos nascidos de 1965 a 1978, um período cheio de instabilidade e incertezas, com a Guerra Fria e a polarização do que era considerado bem ou mal. Ainda é importante ressaltar os movimentos de contracultura, organizados pelos jovens, que tinham como intenção a crítica aos valores e práticas dominantes da época, como por exemplo: o movimento hippie, punk e o movimento feminista.

      Assim, segundo pesquisadores e psicólogos, a principal característica dessa geração é a busca do equilíbrio no trabalho e na vida pessoal, como também entre os dois, respeitando uma hierarquia, seja no âmbito familiar ou profissional, além da parte inquieta de suas personalidades.

Fonte:  Familyd

Geração Y

   Também chamada de “Geração do Milênio”, “Millenials” ou “Geração da Internet”, é composta pelas pessoas nascidas de 1979 a 1995. Com a fase de lançamento dos aparelhos eletrônicos e da tecnologia no geral, como a TV a cabo, videogame e o computador, os jovens desse período tiveram um contato um tanto quanto precoce com a modernização.

     Juntamente com esse cenário, tiveram uma relação rodeada de facilidades com os pais, que proporcionaram o oposto da vida que lhes foi dada. Segundo o psicólogo e mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela USP, Gustavo Pessoa, os “Millenials” possuem uma dificuldade maior em lidar com questões hierárquicas, preferindo alcançar seus sonhos sozinhos, e no mercado de trabalho são grandes empreendedores. É considerada ainda a primeira geração verdadeiramente global.

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Fonte:  Projeto Draft
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Fonte:  Meio e Mensagem

Geração Z

     As pessoas pertencentes à “Geração Z”, “Rainbow” ou “Pós-Millenial” são consideradas “nativas-digitais”, uma vez que o período em que nasceram, de 1996 a 2010, está intimamente ligado à grande evolução tecnológica e seus aparelhos.

      Com um cenário totalmente diferente de qualquer outro na história da humanidade, devido à existência de um sistema que se aprimora cada vez mais para reunir mais indivíduos, dados, obter lucro e realizar tarefas antes humanas, observa-se também uma alteração brusca na personalidade e no modo de pensar das pessoas que acompanham tais mudanças.

Independência

      Os adolescentes modernos não são tão supervisionados pelos pais quantos os do passado. Segundo o filósofo e educador Mário Sergio Cortella, há muito mais famílias monoparentais ou pais que quase não se encontram em casa devido aos seus empregos. Assim, as crianças frequentam creches e ambientes sociais muito mais cedo e, dentro do sistema tecnológico, recebem uma enxurrada de informações sobre o mundo, aprendendo a serem mais independentes. Essa pode ser a razão pela qual mais de 70% dos pós-millenials querem abrir o próprio negócio e se tornar empreendedores, e não empregados, segundo um levantamento feito pela equipe do blog “Incrível”.

Realidade

       Os filhos da geração Z são muito mais realistas do que qualquer outra geração, visto que estão em um ambiente de troca de informações muito grande, o que os permite fazer planos mais concretos e reais.

     De acordo com a plataforma “The Soul Publishing”, 57% dos representantes dessa geração começam a economizar dinheiro logo na pré-adolescência, visando pagar suas próprias viagens, intercâmbios, estudos na faculdade e até mesmo um carro ou casa própria. Além de conferir suas devidas contas para saber com o que estão gastando e como, a maioria dos jovens preocupa-se com a segurança de dados na rede e procura restringir suas publicações e atividades online a amigos e família, como por exemplo: comentar posts, compartilhar opiniões, fotos, vídeos, artigos e notícias.

    Logo, esse “realismo” exacerbado pode influenciar as pessoas com as quais esses jovens vivem, como aponta o levantamento feito pela “National Retail Federation”. Realizado com 15.600 jovens do mundo inteiro com idade entre 13 e 21 anos, o estudo mostra que 93% deles têm influência nas decisões de compra da família, principalmente quando se trata de itens alimentícios ou mobiliários. Além disso, 65% escolhem uma marca pela qualidade e disponibilidade do produto e procuram sempre por cupons, descontos e programas de fidelidade.

Visão de mundo

       Cada vez mais, os jovens vêm se mostrando mais tolerantes do que seus pais e avós. Eles têm menos preconceito e mais empatia e acreditam na pluralidade de opiniões e culturas. De certa forma, isso ocorre porque começam a discutir sobre tópicos polêmicos muito cedo, visto que o cenário das redes sociais, muito influente, permite que eles tenham voz. Assim, essa juventude pode expressar o que pensa em relação a temas como homofobia, genocídio negro, legalização da maconha, misoginia, feminicídio, direitos da mulher, direitos do negro e direitos LGBTQIA+.

Imediatismo

       Devido a toda a noção de velocidade e instantaneidade causada pelo fluxo de informações acessadas quase o tempo todo na internet, o que leva os jovens a uma espécie de precocidade, os mesmos começaram a deixar de lado a paciência, como afirma Cortella. Não como sinônimo de lerdeza, mas sim a capacidade de deixar maturar, de construir um projeto, um afeto, um estudo, uma ideia.

      “Ambivalência” é a palavra que define a Geração Z para a psicóloga Isadora Stuchi. “Apesar da conexão proporcionada pelas tecnologias, a geração Z é marcada pela dificuldade de criar relações sociais no meio em que vivem, já que o mundo virtual se torna mais importante – e mais presente – do que o mundo real.”, declara a especialista, quando questionada sobre a maneira pela qual os jovens de hoje se relacionam.

     Além disso, ela acredita que, enquanto para gerações anteriores a frustração era mais latente, devido aos modos de vida em sociedade, na geração Z ela acaba por ser evitada, tanto pelos pais na criação, quanto pelos próprios indivíduos diariamente. Isso é uma consequência da vida “pelo Instagram” hoje, na qual todas as pessoas devem se passar por felizes e satisfeitas, seguindo os padrões impostos.

      O conteúdo científico sobre as questões de personalidade e comportamento da geração Z ainda não é o suficiente para que haja conclusões definitivas, já que ela teve seu fim há apenas nove anos. Porém, o que se sabe é que, de todas as características presentes nesses jovens, a sede por revolução e mudança é a mais importante.

Agora que você conhece todos os tipos de jovem do século XXI, clique aqui para descobrir com qual você mais se identifica!

Jornal-laboratório do curso de Jornalismo do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo - Edição: Dezembro de 2019

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